quinta-feira, 25 de maio de 2017

Nutrição - Uma introdução

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A nutrição se diz ao processo de se utilizar de alimentos/nutrientes para realizar as suas funções vitais. Basicamente, nos alimentamos para produzir energia para as atividades diárias. 

Os vários governos e outras instituições que promovem a saúde procuram maneiras de melhorar a qualidade da alimentação no mundo, pois, quem nunca ouviu o velho ditado “você é o que você come”. 
Da mesma maneira que a tecnologia muda, a nutrição também sofreu mudanças no decorrer dos anos. Em uma rápida pesquisa, o Governo Americano em 1977 publicou um tipo de guia de “Objetivos Nutricionais”. Nele se falava sobre algumas recomendações para a ingestão de alimentos. Estas recomendações são atualizadas de tempos em tempos para se adequar a nossa realidade. A mais atual é a “Dietary Guidelines for Americans 2015-2020”, bem elaborada, conta com recomendações para idade, sexo, em percentuais de água, carboidratos, gorduras, etc.
No Brasil, encontrei o “Guia Alimentar Para a População Brasileira”, publicado pelo Ministério da Saúde em 2014. Não encontrei atualizações, então, creio que deva ser o documento mais recente. Traz informações e combinações um pouco mais “gerais”, como, por exemplo, a preferência por alimentos “in natura”. Vale ressaltar que são recomendações “genéricas”, assim, nada melhor do que consultar seu nutricionista antes de começar uma dieta. 

Um profissional de nutrição poderá fazer a sua avaliação nutricional e propor as alterações necessárias para que você alcance seus objetivos de emagrecimento ou desempenho, incluindo, um tema muito complexo atualmente, a suplementação. Tema que falaremos em outra oportunidade.      
Os Objetivos Nutricionais são recomendações gerais para a ingestão de nutrientes. Estes podem variar nas diferentes regiões do mundo e na concepção dos diversos autores.  
Os objetivos podem variar para pessoas que buscam a saúde e atletas que buscam desempenho. Existe uma recomendação sobre como deveria ser formada a nossa alimentação diária, a seguir:
  • Carboidratos: 45-65%
  • Gorduras: 20-35%
  • Proteínas: 10-35%
* Pede-se a redução do açúcar adicionado para no máximo 15%, redução das gorduras saturadas e insaturadas para no máximo 10%, ingerir no máximo 300 mg de colesterol por dia e a ingestão máxima de 3 gramas de sal por dia.
** Recomendações para todas as idades, exceto lactantes e crianças com pouca idade.
Padrões de nutrição 
São utilizados alguns termos quando falamos em nutrição. Por exemplo, a Ingestão alimentar de referência é um termo genérico para a quantidade de nutrientes que devemos ingerir (mínimo e/ou máximo). Também, podemos encontrar o RDA - Recomendações de Ingestão Diária.

O Valor diário (VD) talvez nos seja o termo mais interessante, pois, é um padrão utilizado nos rótulos dos alimentos para informar a quantidade de nutrientes daquele produto.  

No "VD" são enfatizados os seguintes itens nós rótulos: Tamanho da porção; calorias totais e de gorduras; total de gorduras e quanto elas representam (%) por porção. Por exemplo, em uma dieta de 2000 calorias diárias, no rótulo do produto vão constar o total de carboidratos, a porcentagem de vitaminas, minerais e sódio.

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Classes de nutrientes

Água: O corpo humano é composto de cerca de 50-75% de água (dependendo da idade e da composição corporal). A perda de água durante a realização de exercícios intensos pode influenciar nos resultados de uma competição (entre 3 e 4% já causam alterações significativas) e casos extremos de desidratação podem levar à morte. 

Em condições normais, a perda de água se aproxima de 2.500 ml/dia, em maior parte pela urina. Porém, em temperaturas elevadas, como no verão ou em exercício intenso a perda pode aumentar para 6-7 litros dia

Em condições normais, a reposição de água (2.500 ml) pode ocorrer por meio de bebidas (1.500 ml ou 60%), alimentos “sólidos” (750 ml ou 30%) e água resultante de processos metabólicos (250 ml ou 10%). Existe a recomendação de ingerir de 1 a 1,5 ml de água por Kcal de gasto energético. Portanto, é fundamental beber muita água durante o dia e principalmente ingerir água antes e durante o exercício físico.

Vitaminas: As vitaminas estão ligadas as reações metabólicas (metabolismo) do organismo. São divididas em vitaminas Lipossolúveis (A,D,E e K), que podem ser armazenadas em grandes quantidades no organismo (Todavia, seu excesso pode ser tóxico ao organismo). 

O segundo grupo são as vitaminas Hidrossolúveis (Vitamina C, Complexo B – B1 - tiamina, B2 - riboflavina, B6-piridoxina, B12-cobalamina, Niacina – ácido nicotínico, ácido pantotênico, biotina, ácido fólico-folacina ou folato) que, em sua maior parte, estão relacionadas com o metabolismo energético. A vitamina C está envolvida na manutenção de tecidos.

Minerais: Alguns minerais estão associados à estrutura e funções do corpo. Por exemplo, o cálcio está presente nos ossos e também na contração muscular. 
Os minerais estão divididos em minerais principais (Cálcio, fósforo, magnésio, enxofre, sódio, potássio e cloreto) e elementos de traço ou secundários (Ferro, iodo, flúor, zinco, selênio, cobre, cobalto, cromo, manganês, molibdênio, arsênico, níquel e vanádio). Os minerais em excesso também são tóxicos ao organismo, por exemplo, um homem de 70Kg tem apenas cerca de 4g de ferro. 

No organismo o cálcio (Ca++) e o fósforo participam da formação dos dentes e ossos. A falta de cálcio por muito tempo pode causar a perda de massa óssea, uma doença conhecida como osteoporose. 

O ferro está presente na hemoglobina, mioglobina, na cadeia de transporte de elétrons (produção de energia). A ausência ou baixa concentração de ferro pela má nutrição e perda de sangue podem causar a anemia.

Sódio: O sódio (ou popularmente “sal”) está envolvido com o volume do plasma e a ação muscular. Sua falta prejudica o comando do cérebro (sinapses) com os músculos, a pressão arterial e a temperatura corporal. Porém, o maior problema do sódio está nas grandes quantidades ingeridas, que, contribuem para a hipertensão arterial. Assim, deve-se prestar atenção nos rótulos dos produtos antes de comprá-los ou de seu consumo.

Carboidratos: Carboidratos e gorduras são nossas principais fontes de energia. Carboidratos são considerados os “vilões” para aqueles que querem perder peso. Porém, os açúcares e os amidos não devem ser “demonizados” pois são as principais fontes de energia para os Eritrócitos (Sangue) e os Neurônios (Sistema Nervoso).

Fibras: Elas não podem ser digeridas ou metabolizadas (algumas são de origem vegetal, por exemplo, a celulose). Mas, produzem no nosso corpo a sensação de saciedade. Existem pesquisas apontando para que elas auxiliam na proteção contra coronariopatias e na formação do bolo fecal.

Gorduras: Fornecem energia, atuam na absorção de vitaminas lipossolúveis, na estrutura e manutenção da membrana celular, síntese de hormônios (esteroides), isolamento térmico e proteção de órgãos. Seu excesso pode causar doenças como a aterosclerose (bloqueio das artérias).
A concentração de colesterol no organismo é dividida em Lipoproteínas de baixa densidade (LDL), que transportam mais colesterol (Considerado o “colesterol ruim” – relacionada ao risco cardiovascular) e as Lipoproteínas de alta densidade (HDL) consideradas como “colesterol bom”, pela sua proteção contra as coronariopatias.

Proteínas: As proteínas não são as principais fontes de energia do corpo. São importantes por reunirem os aminoácidos essenciais (Isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano e valina - O corpo sintetiza a cistina da metionina e a tirosina da fenilalanina) para que o corpo produza as proteínas necessárias para a construção dos tecidos, enzimas e hormônios.

Em 1992 o Departamento de Agricultura dos EUA por meio de estudos, introduziu a Pirâmide Alimentar, que seria um guia para a alimentação saudável. Basicamente a pirâmide sugere que sejam ingeridos diariamente:
  • 3-5 porções de vegetais;
  • 2-4 porções de frutas;
  • 6-11 porções de pães, cereais, arroz e massa;
  • 2-3 porções de leite, iogurte e queijos;
  • 2-3 porções de carnes vermelhas, carne de frango, peixe, feijões e ervilhas, ovos e castanhas.
  • Gorduras/óleos (naturais e adicionados) e açúcares (adicionados) utilizam comedidamente.
Existe também a Lista de troca, que foram elaboradas para diabéticos. Acredito que hoje, estas listas são as "contagens de carboidratos". (Não tive tempo de pesquisar, mas, você pode consultar a Sociedade Brasileira de Diabetes). 

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 Lista de vitaminas, suas funções e fontes

Vitamina A (Retinoides) e Provitamina A (Carotenoides).
Funções: Promove a visão, o crescimento e manutenção epitelial e resistência contra infecções bacterianas. Impede o ressecamento da pele.
Fontes: Vitamina A - Fígado, leite e cereais fortificados. Provitamina A – Batatas doces, espinafre, vegetais verdes, cenouras, melão, damasco e brócolis.

Vitamina D (Colecalciferol e Ergocalciferol).
Funções: Facilita a absorção de cálcio e fósforo (Mantém a calcificação ideal dos ossos).
Fontes: Leite e cereais fortificados com vitamina D, óleo de peixe, sardinha, salmão, ovos.

Vitamina E (Tocoferóis).
Funções: Antioxidante (Previne a degradação da vitamina A e ácidos graxos insaturados).
Fontes: Óleos vegetais, vegetais com folhas verdes e frutas e alimentos fortificados.

Vitamina K (filoquinona ou menaquinona).
Funções: Auxilia na coagulação sanguínea e metabolismo ósseo.
Fontes: Vegetais com folhas verdes, poucas quantidades em cereais, frutas, carne, fígado.

Vitamina B1-Tiamina.
Funções: Envolvida no metabolismo dos carboidratos, funções nervosas e remoção do dióxido de carbono.
Fontes: Sementes de girassol, carne de porco, grãos integrais e enriquecidos, feijões, ervilhas, leite, frutas e levedo de cerveja.

Vitamina B2 – Riboflavina.
Funções: Envolvida no metabolismo energético.
Fontes: Leite, ovos, cogumelos, espinafre, fígado e grãos enriquecidos.

Niacina (Ácido nicotínico).
Funções: Envolvida no metabolismo energético, na síntese e degradação de gordura.
Fontes: Cogumelos, farelo, atum, salmão, frango, carne vermelha, fígado, amendoim e grãos enriquecidos.

Ácido pantotênico.
Funções: Envolvida no metabolismo energético, na síntese e degradação de gordura.
Fontes: Cogumelos, fígado, brócolis, ovos. A maioria dos alimentos possuiu alguma quantidade.

Biotina.
Funções: Envolvida na produção de glicose e na síntese de gordura.
Fontes: Queijos, gemas de ovo, couve-flor, creme de amendoim, fígado.

Vitamina B6 (Piridoxina e outras formas).
Funções: Envolvida no metabolismo proteico, glicogênio, neurotransmissores, hemoglobina e outras funções.
Fontes: Carnes, peixes, aves (proteína animal), espinafre, brócolis, bananas, salmão e sementes de girassol.

Folato (Ácido fólico).
Funções: Envolvida na síntese de DNA e outras funções.
Fontes: Vegetais folhosos verdes, suco de laranja, vísceras, brotos, sementes de girassol.

Vitamina B12 (Cobalaminas).
Funções: Envolvida no metabolismo do folato, funções nervosas e outras funções.
Fontes: Alimentos animais (Principalmente vísceras), ostras, mariscos (Não natural em plantas).

Vitamina C (Ácido ascórbico).
Funções: Envolvida na síntese de tecidos conjuntivos, hormônios e neurotransmissor.
Fontes: Frutas cítricas, morangos, brócolis, verduras. 

Lista de minerais, suas funções e fontes

Sódio
Funções: Age como principal íon do líquido extracelular, equilíbrio da água corporal e na transmissão de impulsos nervosos.
Fontes: Sal de mesa, alimentos processados, condimentos, molhos, sopas, chips.

Potássio
Funções: Age como principal íon do líquido extracelular e na transmissão de impulsos nervosos.
Fontes: Espinafre, abóbora, banana, café, chá, melão, batatas, suco de laranja, outros vegetais e frutas, leite, carne vermelha, legumes, grãos integrais.

Cloreto
Funções: Age como principal íon do líquido extracelular, na transmissão de impulsos nervosos, e na produção da secreção ácida do estômago.
Fontes: Sal de mesa, alguns vegetais, alimentos processados.

Cálcio
Funções: Ajuda na coagulação sanguínea, na transmissão do impulso nervoso, na contração muscular e na resistência aos ossos e aos dentes.
Fontes: Produtos laticínios, peixe enlatado, vegetais folhosos verde-escuros, tofu, suco de laranja fortificado (e outros alimentos fortificados).

Fósforo
Funções: Participa de vários compostos metabólicos, está presente no líquido intracelular, necessário para a resistência dos ossos e dentes.
Fontes: Produtos laticínios, alimentos processados, peixe, refrigerantes, produtos da panificação, carnes, aves, cereais.

Magnésio
Funções: Atua nas funções enzimática, nervosa e cardíaca e resistência aos ossos.
Fontes: Farelo de trigo, verduras, castanhas, chocolate e legumes.

Ferro
Funções: Está presente na formação de hemoglobina, na respiração e na função imunológica.
Fontes: Carnes magras, ovos, espinafre, frutos do mar, brócolis, ervilhas, farelo, pães enriquecidos.

Zinco
Funções: Envolvido no crescimento, na imunidade, no metabolismo do álcool, no desenvolvimento e na reprodução sexual e requerido por enzimas.
Fontes: Frutos do mar, carne vermelha, verduras, grãos integrais.

Selênio
Funções: Auxilia no sistema antioxidante. Atua associado com a vitamina E.
Fontes: Carne vermelha, ovos, peixe, frutos do mar, grãos integrais.

Iodeto
Funções: Participa dos hormônios tireoidianos.
Fontes: Sal iodado, pão branco, peixe de água salgada, produtos laticínios.

Cobre
Funções: Atua no metabolismo do ferro, trabalha com muitas enzimas como no metabolismo proteico e na síntese hormonal.
Fontes: Carnes, fígado, cacau, feijões, castanhas, grãos integrais, frutas secas.

Fluoreto
Funções: Atua na resistência do esmalte dos dentes e contra cáries.
Fontes: Água fluoretada, creme dental, tratamentos odontológicos, chá, algas marinhas.
Cromo
Funções: Melhora o controle da glicose no sangue.
Fontes: Gema de ovo, grãos integrais, carne de porco, castanhas, cogumelos, cerveja.

Manganês
Funções: Ajuda algumas enzimas no metabolismo dos carboidratos.
Fontes: Castanhas, aveia, feijões, chá.

Molibdênio
Funções: Ajuda algumas enzimas.
Fontes: Feijões, grãos, nozes.



Fontes:

Dietary Guidelines For Americans – 2015-2020 – USDA.
Fisiologia do Exercício - Nutrição, Energia e Desempenho Humano - Macardle, William D.
Fisiologia do Exercício - Teoria e Aplicação ao Condicionamento e ao Desempenho - Howley,Edward T / Powers,Scott K.
Guia Alimentar Para A População Brasileira – Ministério da Saúde.
Princípios de Anatomia e Fisiologia - Tortora, Gerard J. / Derrickson, Bryan.

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Introdução à Bioquímica Humana – Energia para o Exercício

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A gracinha do dia! XD



De maneira geral, os seres humanos precisam de proteínas, lipídeos e carboidratos para produzir energia. As fontes energéticas serão importantes para o entendimento dos sistemas energéticos que veremos posteriormente.
 
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Proteínas

As proteínas são formadas por aminoácidos e são as responsáveis pela composição da estrutura do corpo. Os aminoácidos podem ser divididos em essenciais, semiessenciais e dispensáveis. Independente de seu tipo, todos são importantes para a síntese de proteínas, permitindo, por exemplo, a renovação dos tecidos.

Cada grama de proteína possui cerca de 4 Kcal, assim, não são a melhor fonte energética. A ausência de qualquer aminoácido poderá interferir no anabolismo (construção de tecidos). Os tecidos construídos pelos aminoácidos exercem funções variadas como, por exemplo:
  • Colágeno: Forma filamentos e tendões.
  • Elastina: Vasos sanguíneos e ligamentos.
  • Queratina: Cabelo e unhas.
  • Actina: Contração muscular.
Na alimentação, as fontes de proteínas são variadas. Algumas são de melhor qualidade do que outras, mas, elas vão se complementando no decorrer do processo. Como fontes de proteínas temos principalmente os ovos, leite, peixes, carne vermelha, aves, queijos e a soja

A recomendação diária de ingestão de proteínas é de 0,8 g/Kg para adultos. Demanda facilmente suprida por uma dieta. Vale lembrar que para atletas de endurance pode ser necessário de 1,2 – 1,4g/Kg/dia. Para o treinamento de força 0,9 g/Kg por dia para manutenção e 1,6-1,7g/Kg por dia para aqueles que buscam aumentar a massa muscular e a força.

As proteínas têm outras funções, além da construção de tecidos. Elas atuam na regulação metabólica por meio de hormônios e enzimas
As enzimas atuam nas reações químicas do organismo necessárias para seu funcionamento. Para a medicina, várias doenças estão relacionadas à atividade irregular das enzimas.

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Carboidratos
 
No organismo os carboidratos são fontes de energia para as Atividades Físicas e para o Sistema Nervoso Central. São formados por átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio e são rapidamente disponíveis ao corpo.

Uma grama de carboidrato fornece cerca de 4 Kcal de energia. Os carboidratos são classificados como Monossacarídeos (ex. Glicose – o açúcar do sangue - e frutose), Oligossacarídeos/Dissacarídeos (Ex. Sacarose – o açúcar de mesa – e a maltose) e Polissacarídeos (Ex. Celulose e Amido).


Os carboidratos são encontrados em plantas, no leite, no açúcar de mesa, no mel, etc. Sua ingestão em excesso causa aumento de peso (aumento do tecido adiposo), colesterol alto e diabetes. Porém, sua falta acarreta em emagrecimento, cansaço, fraqueza, depressão, etc. 

As plantas reservam energia em forma de amido (energia utilizada, por exemplo, para as sementes germinarem) e nos animais em forma de glicogênio (Maior parte estocada nos músculos, depois no fígado e a menor parcela no sangue).

Uma vez estocado nos músculos ou no fígado, o glicogênio poderá ser convertido novamente em glicose por meio de uma reação chamada Glicogenólise. O Glicogênio Hepático (Do fígado), tem a função de manter o índice de glicemia (Nível de glicose no sangue) entre as refeições.


Quando a taxa de açúcar no sangue cai o organismo libera uma substância chamada Glucagon, que, por meio de um processo chamado Glicogenólise, quebra o glicogênio para repor a glicose no sangue. 

Quando o organismo percebe que a glicose está em excesso, pelo processo chamado Glicogênese cria novos estoques de glicogênio no fígado. No caso do Glicogênio Muscular, quando estamos em atividade física, ocorre também a glicogenólise.

Além da função energética, os carboidratos participam do catabolismo dos lipídios (perda de gordura), na formação de gorduras de reserva (o seu excesso no organismo será estocado), poupando proteínas para a produção de energia, na formação do lastro e no RNA e DNA.

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Lipídeos (Gorduras e Óleos)

Os lipídios são um termo geral para um grupo de compostos que inclui óleos, gorduras, ceras e correlatos. São divididos basicamente em 4 grupos gerais:  Ácidos graxos, Triglicerídeos, Fosfolipídeos e os Esteroides. São encontrados tanto nas plantas como nos animais. Um bom exemplo seria o ácido graxo Ômega-3, que vem dos peixes.

A gordura corporal é um combustível ideal para a realização de exercícios de longa duração. Cada grama de gordura tem cerca de 9 Kcal de energia. Em geral, os lipídios atuam como fonte e reserva de energia (poupando o uso de proteínas). 

Os ácidos graxos são a forma mais utilizada pelo corpo como combustível. Por exemplo, 453 g de tecido adiposo, reserva cerca de 3500 Kcal. Por isso é demorado para diminuir medidas (resumindo, emagrecer). Além disto, o excesso de gorduras pode causar doenças como a Aterosclerose (acúmulo de gordura nas artérias, dificultando a circulação sanguínea).

Os ácidos graxos ficam estocados na forma de triglicerídeos, que ficam localizados em sua maioria no tecido adiposo. Nesta forma auxiliam no controle térmico, na manutenção dos órgãos e nervos e na proteção dos órgãos vitais contra choques e lesões traumáticas. Também agem como carreadores de vitaminas.  Quando necessário, por meio de um processo chamado lipólise, o organismo pode utilizá-los como fonte de energia.

Os fosfolipídios não são utilizados como fonte de energia. Eles atuam na estrutura da membrana celular e na bainha de isolamento das fibras nervosas (bainha de mielina). 

Por fim os esteroides que também não utilizados como fonte de energia. Por exemplo, o colesterol, um dos mais comuns esteroides, esta presente na estrutura da membrana celular. É utilizado também na síntese dos hormônios estrogênio, progesterona e testosterona.

Assim, o colesterol em nosso organismo não é apenas motivo de desespero para aqueles que querem emagrecer. Ele serve de matéria prima para a produção de hormônios. O colesterol só existe no reino animal (pode ser produzido pelo nosso fígado) as vezes o mal funcionamento do nosso organismo pode aumentar a taxa do mesmo. Óleos de origem vegetal não tem colesterol.

A gordura que reveste o corpo recebe o nome de gordura subcutânea. Ajuda a manter a temperatura corporal e da “acabamento” ao corpo, evitando que a pele grude nos músculos.
A gordura visceral (Acumulada entre as vísceras ou gordura abdominal) em excesso aperta os vasos sanguíneos e prejudica o funcionamento correto do corpo. Por fim, a gordura só sai do corpo por meio de exercícios físicos ou lipoaspiração, portanto, atenção na dieta. 



Fontes:

Anatomia E Fisiologia Para Leigos - Donna Rae Siegfried.
Fisiologia do Exercício - Nutrição, Energia e Desempenho Humano - Macardle, William D.
Fisiologia do Exercício - Teoria e Aplicação ao Condicionamento e ao Desempenho - Howley,Edward T / Powers,Scott K.
Princípios de Anatomia e Fisiologia - Tortora, Gerard J. / Derrickson, Bryan.