quarta-feira, 12 de julho de 2017

O que são os Auxílios Ergogênicos?

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Fonte: Pixabay


Quando falamos em desempenho esportivo temos outros fatores que participam do treinamento de um atleta. Um deles são os auxílios ergogênicos. Tais “auxílios” envolvem substâncias ou fenômenos que podem melhorar o desempenho de um atleta. 

Tais substâncias/fenômenos para Powers e Howley (2009) são: Inalação de oxigênio, doping sanguíneo, drogas, exercícios para o aquecimento, nutrientes, hipnose, musica e controle de estresse e recursos biomecânicos.

Inalação de oxigênio (hiperóxia): Tanto a Inalação de oxigênio quanto o Doping de sangue visam melhorar o desempenho aeróbio por meio de aprimorar a capacidade de transportar O2 no organismo objetivando retardar a produção de lactato. 

Naquele ano, as pesquisas apontavam que a inalação de O2 durante o exercício melhorava o desempenho aeróbio (modalidades de endurance/resistência). A inalação de substâncias enriquecidas com O2 antes ou depois do exercício não apresentaram efeitos. A melhora do desempenho para modalidades de resistência depende basicamente de suprir carboidratos e oxigênio enquanto os músculos trabalham.

Doping de sangue: Se resume em injetar mais eritrócitos no sangue, tentando aumentar a quantidade de hemoglobina para transportar mais O2. É um procedimento dificultoso para armazenar o sangue do atleta e mais complicado ainda para se trabalhar com sangue de terceiros. Todavia, as pesquisas demonstraram ser um meio efetivo na melhora do VO2 máx e do desempenho de resistência

Para o desempenho anaeróbio, uma das técnicas utilizadas seria o Tampão Sanguíneo. Quando os músculos trabalham, eles liberam [H+] que prejudicam seu trabalho, diminuindo a glicólise (produção de energia), na excitação-contração do músculo, ou seja, reduzindo a força muscular. O uso de bicarbonato de sódio melhora a duração ou a repetição dos exercícios de alta intensidade.

Drogas (Farmacológicos): Lembrando que este conteúdo é de caráter informativo, não incentivamos o uso de nenhuma substância sem a prescrição médica.

 
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Existem drogas que são legais e outras foram proibidas, sendo consideradas como “drogas recreativas”. São exemplos à anfetamina e a cocaína.

Anfetaminas: As anfetaminas são estimuladoras. Aumentam a resistência e na recuperação da fadiga, mas, principalmente, aumentam o estado de vigília e a excitação, dando mais energia e confiança. Porém, afetam a distribuição sanguínea, trazendo problemas para a remoção do acido lático e na regulação da temperatura corporal.

Cocaína: A cocaína atua como um anestésico local e estimula os sistemas cardiovascular e nervoso. Pode ser inalada pelo nariz, fumada e injetada. Na forma de Crack pode ser fumada e tem efeitos similares da cocaína injetada (ação em cerca de 3 minutos). É uma droga que produz uma sensação de euforia e poder físico e mental. Todavia, provoca vício psicológico. A euforia pode evoluir para surtos de paranoia, ansiedade e alucinações, insônia e ilusões. A overdose de cocaína causa arritmias, convulsões, hipertermia, coma e morte.

Nicotina: A nicotina é uma droga presente no cigarro e no fumo de mascar, todavia, sem aplicação terapêutica. Aumenta a atividade dos sistemas simpático, parassimpático e central, com efeitos imprevisíveis. O tabagismo tem relação com diversas doenças como o câncer. Mascar fumo pode provocar cáries, doenças na gengiva e câncer bucal.

Cafeína: Estudos apontaram melhora no desempenho muscular, no sistema nervoso central e na utilização de substratos para o trabalho dos músculos. Aumentou a glicemia e a utilização de gorduras. O efeito da cafeína sobre o desempenho é variável.

Exercícios para aquecimento: O aquecimento visa elevar a temperatura corporal, melhorar os aspectos fisiológicos e psicológicos do atleta em relação ao desempenho esportivo. O aquecimento pode ser geral ou especifico para cada modalidade (Aumentando a sua intensidade de acordo com o objetivo). Em geral, o aquecimento visa preparar o corpo para a modalidade esportiva em questão. Os movimentos executados podem ser idênticos aos movimentos executados, por exemplo, um saque do voleibol. O controle da intensidade pode contribuir para o desempenho esportivo.

Suplementos nutricionais: Os suplementos nutricionais, talvez, sejam os auxílios ergogênicos mais conhecidos atualmente. Hoje é comum receber alguma promoção de suplementos por e-mail. Acredita-se que o suplemento nutricional possa melhorar os efeitos do treinamento sobre a força. Exceto a creatina, mais estudos são necessários para verificar a influencia dos suplementos nutricionais no desempenho esportivo.

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Falaremos um pouco sobre alguns dos suplementos nutricionais utilizados pelos praticantes do treinamento de força, suas propostas e os dados de algumas pesquisas:

Suplementos proteicos/aminoácidos de cadeia ramificada: Fornecem proteínas necessárias para o aumento muscular e ganho de peso. A dose varia de 1,5 – 2,0 gramas de proteína por quilo de peso corporal. Necessita de mais estudos, porém, acredita-se que por meio de uma dieta adequada é possível atingir os mesmos objetivos.

Arginina, lisina, ornitina: São aminoácidos que estimulam a liberação do hormônio do crescimento e da insulina, ajudando no crescimento muscular. Porém, as pesquisas não apontaram efeitos sobre o crescimento muscular. 

Creatina: Outro aminoácido que aumenta a concentração de fosfato de creatina no músculo. A “CP” é uma fonte de energia de “curto prazo”, melhorando a potencia para atividades de alta intensidade e curta duração. As pesquisas confirmaram estes efeitos.

Antioxidantes (Ex. Vitaminas A, C e E): Evita que as células sofram danos causados pelos radicais livres. Assim, diminuindo a perda muscular devido exercícios intensos/contrações excêntricos. São necessárias mais pesquisas. Todavia, uma dieta adequada contem vários antioxidantes.

Carnitina: Aumenta o transporte de ácidos graxos nas mitocôndrias, promovendo a perda de gordura. Precisa de estudos que comprovem tais propostas. Com uma dieta adequada é possível reduzir a gordura corporal.

Cromo: Potencializa a atuação da insulina e promove o crescimento pela maior captação de aminoácidos. Os estudos foram discordantes, necessitando mais pesquisas. Algumas formas de ingestão são perigosas.

Boro, Gama Orizanol e Smilax: Ambos Aumentariam o nível de testosterona, o crescimento e aumento muscular. As pesquisas não demonstraram nenhum efeito no treinamento de força. No caso do Boro, uma dieta adequada já basta.

β-hidroxi-β-metilbutirato: Relacionado a Leucina, seria um anticatabólico, diminuindo a degradação dos músculos (proteínas). Benefícios apenas para iniciantes em treinamento de força.

Vanádio: Relacionado a Insulina, pode aumentar a captação de aminoácidos. Alta ingestão tem danos colaterais.

DHEA – Desidroepiandrosterona: Um precursor da testosterona, sua proposta seria aumentar a concentração deste hormônio e a massa muscular. Não foi encontrando efeitos positivos, porém, em testes farmacológicos essa substância pode resultar como teste positivo para testosterona e aumento do colesterol HDL.

Androstenediona (andro): Outro precursor da testosterona. Mesmos resultados do DHEA.

Magnésio: Aumenta a síntese de proteínas ou a contratilidade muscular. O crescimento e a força muscular. Os resultados das pesquisas não indicaram resultados.

Triglicerídeos de cadeia média: Aumentam o efeito térmico causando a perda de gordura. Os estudos não conseguiram comprovar estes resultados.

Ácidos graxos – Ômega 3: Excita a liberação do hormônio do crescimento. Sem estudos que comprovem tais resultados.

Inosina: Aumenta a síntese de ATP (Energia), a força e a recuperação. Necessita mais estudos para o treinamento de força.

Colina: Aumenta a força e/ou diminui a gordura corporal. Também requer mais estudos.

Ioimbina: Aumenta os níveis de testosterona, o crescimento, a força muscular e principalmente na diminuição da gordura corporal. Precisa de estudos que comprovem todos estes efeitos.

Glandulares (Adrenais, hipófise, testiculares): Melhora a função das glândulas nos humanos. Faltam estudos para os praticantes de treinamento de força.

Vitamina B12 – Aumenta a produção do DNA e o crescimento muscular. As pesquisas não indicaram alterações para o treinamento de força.

Lembre-se! Este conteúdo é de caráter informativo. Consulte seu médico/nutricionista antes de pensar em utilizar algum suplemento. ;-)  

Fonte:

Fisiologia do Exercício - Teoria e Aplicação ao Condicionamento e ao Desempenho - Howley,Edward T / Powers,Scott K.